quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Crise sobre crise no Zimbabwe

A Uniao Europeia (UE) anunciou a renovacao, por mais um ano, das sancoes contra o Zimbabwe, alegando a falta de progressos na implementacao do acordo sobre o governo de unidade nacional.
Os 27 paises membros da UE consideram que o banimento de deslocacoes e congelamento de bens devera ser extensivo nos proximos 12 meses, face ao impasse politico que se verifica naquele pais da regiao austral de Africa.
O Presidente zimbabweano, Robert Mugabe, e o seu adversario politico, Morgan Tsvangirai (actual Primeiro-Ministro), formaram um governo de unidade nacional, como parte dos esforcos conjugados pela SADC de por fim a crise politica e economica naquele pais.
Lideres da UE afirmaram que a sua decisao de extender o embargo tem como base o facto de nao haver progressos na implementacao do acordo global, concluido em Setembro de 2008.
Uma delegacao da UE ao Zimbabwe em Setembro ultimo concluiu que nada foi feito em termos de reformas no pais.
Reagindo a medida, a ZANU, partido de Mugabe, disse que o pais nao esta preocupado com a extensao das sancoes, considerando-as como sendo parte da continuacao da luta para libertar o pais.
'Somos nos os proprios libertadores do Zimbabwe e nada de se preocupar com isso', de acordo com Rugare Gumbo, porta-voz da ZANU.
A Organizacao norte-americana dos Direitos Humanos 'Watch' vinha desde sempre apelando para a extensao do embargo contra o Zimbabwe, por acusar a ZANU de continuar a intimidar e matar activistas do Movimento para Mudancas Democraticas (MDC), liderado por Morgan Tsvangirai.
A organizacao disse que medidas repressivas de imprensa continuam intactas e pouco se fez para garantir e respeitar os direitos humanos.
O analista independente Bornwell Chakaodza considera que a extensao das sancoes nao vai poder ajudar a melhorar as relacoes entre a ZANU e o MDC.
'As relacoes entre os dois lados vao piorar ainda mais uma vez que a ZANU vai sentir que o MDC nao esta a fazer o suficente para se levantar o embargo', disse.
Ele expressou-se ceptico quanto a possibilidade de haver colapso do governo de unidade nacional, uma vez que ambos (Mugabe e Tsvangirai) sao partes do governo.
Mas para Ceaser Zvayi, um analista politico zimbasbweano, sugeriu que as sancoes poderao inviabilizar a preservacao do governo inclusivo.
'O que a UE fez nao passa mais de sabotagem ao governo inclusivo', disse, acrescentando que UE esta a prevenir a impelemtnacao do governo geral no Zimbabwe.
No recente Forum Economico Mundial de Davos, Siuica, Tsvangirai apelou para o fim das sancoes, afirmando que ele estava mais a favor de uma abordagem que visasse o levantamento parcial do embargo, ja que esta a haver progressos no pais.
O embargo, a ser observado ate 20 de Fevereiro de 2011, inclui o banimento de importacao de armas.
As relacoes entre o Zimbabwe e UE tem sido conflituosas nos ultimos 10 anos.

Fonte: (AIM)

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